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2012 - Livro Vermelho 2013

Myrcia lineata (O.Berg) Nied. EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 30-05-2012

Criterio: A2c;B2ab(iii)

Avaliador: Julia Caram Sfair

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

É uma espécie rara, encontrada na Mata Atlântica dos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santoe Minas Gerais. Sua raridade é evidenciada pelo baixo número de coletas, com uma AOO de 32 km². Ocorre em uma região altamente alterada pelo desmatamento e, portanto, suspeita-se que as subpopulações estejam muito fragmentadas. Muitos municípios sofreram severo desmatamento, como Linhares (ES), que perdeu quase 80% de vegetação nativa. Suspeita-se, portanto, que a espécie tenha sofrido um declínio populacional maior do que 50% nos últimos 30 anos, levando em conta o tempo de geração de dez anos para espécie arbórea. Dessa maneira, é considerada "Em perigo" (EN).

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Myrcia eugenioides Cambess.;

Família: Myrtaceae

Sinônimos:

  • > Marlierea eugenioides ;
  • > Myrcia lineata ;
  • > Aulomyrcia lineata ;
  • > Calyptromyrcia eugenioides ;
  • > Calyptromyrcia eugenioides var. glabra ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

​Espécie descrita em Nat. Pflanzenfam. [Engler & Prantl] 3, Abt. 7: 76. 1893.

Dados populacionais

Encontrados 29 indivíduos da espécie em um hectare de Floresta Ombrófila Densa Montana bem preservada na região de Macaé de Cima, no Estado do Rio de Janeiro (Guedes-Bruni et al., 1997) e seis indivíduos da espécie em um hectare de Floresta de Tabuleiros na Reserva Biológica de Sooretama, no Estado do Espírito Santo (Paula; Soares, 2011).

Distribuição

A espécie ocorre nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Sobral et al., 2012).

Ameaças

1.1.3.2 Large-scale
Incidência local
Severidade very high
Detalhes A região da planície aluvial do rio Doce, no Estado do Espírito Santo é em grande parte ocupada por sistemas de cabruca, nos quais o cacau écultivado no sub-bosque de áreas de floresta nativa (Rolim et al., 2006). Essesistema de cultivo altera a estrutura e composição da floresta, levando a umdeclínio de espécies de estágios sucessionais avançados e a um aumento daabundância de espécies pioneiras e secundárias iniciais (Rolim; Chiarello, 2004).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Incidência local
Severidade very high
Detalhes No município de Linhares, no Estado do Espírito Santo, 79% da cobertura original da Mata Atlântica encontram-se desmatados (SOS Mata Atlântica; INPE, 2011).

Ações de conservação

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: A espécie ocorre no Parque Nacional do Itatiaia, localizado nos Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, na Reserva Biológica Augusto Ruschi, no Estado do Espírito Santo e na Reserva Natural Vale, também no Estado do Espírito Sansto (CNCFlora, 2011).

1.2.1.1 International level
Situação: on going
Observações: A espécie é considerada Vulnerável (VU), segundo a Lista Vermelha da IUCN (2010).

Referências

- Banco de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2011.

- GUEDES-BRUNI, R. R.; PESSOA, S. V. A. Florística e fitossociologia do componente arbustivo-arbóreo de um trecho preservado de Floresta Montana na Reserva Ecológica de Macaé de Cima. In: LIMA, H.C.; GUEDES-BRUNI, R.R. Serra de Macaé de Cima: Diversidade Florística e Conservação em Mata Atlântica. Jardim Botânico do Rio de Janeiro, p.127-146, 1997.

- PAULA, A.; SOARES, J.J. Estrutura horizontal de um trecho de floresta ombrófila densa de terras baixas na Reserva Biológica de Sooretama, Linhares, ES, Floresta, v.41, p.321-334, 2011.

- SOBRAL, M.; PROENçA, C.; SOUZA, M.; MAZINE, F.; LUCAS, E. Myrtaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

- PIZO, M. The seed-dispersers and fruit syndromes of Myrtaceae in the Brazilian Atlantic forest. In: LEVEY, D.J.; SILVA, W.R.; GALETTI, M. Seed dispersal and frugivory: ecology, evolution and conservation. Wallingford: CABI Publishing, p.129-143, 2002.

- ROLIM, S.G.; IVANAUSKAS, N.M.; RODRIGUES, R.R.; NASCIMENTO, M.T.; GOMES, J.M.L.; FOLLI, D.A.; COUTO,. Composição florística do estrato arbóreo da floresta estacional semidecidual na planície aluvial do Rio Doce, Linhares, ES, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 20, n. 3, p. 549-561, 2006.

- ROLIM, S.G.; CHIARELLO, A.G. Slow death of Atlantic forest trees in cocoa agroforestry in southeastern Brazil. Biodiversity and Conservation, v. 13, p. 2679-2694, 2004.

- FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA; INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica perído 2008-2010, São Paulo, 2011.

Como citar

CNCFlora. Myrcia lineata in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Myrcia lineata>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 30/05/2012 - 16:34:45